Página Três: Mário Silva, o Mestre! A história, a obra, a queima de quadros em protesto e uma tela pintada a vinho!

MÁRIO SILVA – ARTISTA PLÁSTICO

Mário Silva nasceu a 29 de Novembro de 1929, em Bencanta, Coimbra e conta já com mais de meio século de carreira artística. Viveu e trabalhou em Lisboa, diversas cidades europeias e no Brasil. Há cerca de três décadas foi viver e trabalhar para a sua casa-atelier, em Stª Luzia de Lavos, na Figueira da Foz.

Os seus dedos são o prolongamento do que sente enquanto observador de tudo quanto o rodeia. As histórias das memórias dos seus olhares são contadas em telas. A apetência pelas artes está-lhe impregnada desde a infância. Em menino, era no fundo do quintal que construía cidades, deusas inspiradoras do seu trabalho ao longo da vida, em barro. Em casa ia destruindo o Petit LaRousse que o pai lhe trouxera de Paris, fascinado pelas imagens coloridas. Desenhava, fazia recortes e colagens.

Desde então, o seu projecto passou a ser o de fazer da sua vida uma Obra de Arte. Foi iniciado na infância e ainda se encontra inacabado. Já pintou e espalhou pelo Mundo grandiosas e únicas obras de arte, mas procura incessantemente fazer a derradeira, porque as mãos continuam a exigir-lhe a presenças dos pincéis.

Expôs publicamente pela primeira vez em 1951, ainda estudante da Universidade de Coimbra onde foi co-fundador do Círculo de Artes Plásticas da Associação Académica. A partir da década de 60 o sucesso público, o reconhecimento nacional e internacional, projecta-o para um restrito grupo de grandes mestres. Destaca-se mais pela pintura, mas a sua obra completa-se nas áreas da escultura, arte pública monumental, cerâmica e artes gráficas.

A sua obra passa então incansavelmente a estar patente em eventos culturais nacionais e internacionais de referência, exposições colectivas e individuais em Portugal e em países tão diversos como a Suécia, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Reino Unido, Finlândia, Itália, Espanha, Suíça, Alemanha, Áustria, Estados Unidos da América, Brasil, Guatemala, Cuba, Angola, Marrocos, Japão e Tailândia. Povoa Museus de Arte Moderna e Contemporânea, colecções públicas e particulares nos quatro cantos do Mundo.

O pintor possui inúmeros prémios nacionais e internacionais, com destaque para a Copa per il miglior Artista d’Avanguardia (Milão-Itália, 74), o Grande Premio Galliano (Milão, 75), o Prémio Internacional da Paz (Instituto Internacional de Estudos Humanísticos de Roma - Fundação para os Poetas, Escritores, Pintores e Jornalistas, Itália, 83), os 1os Prémios Arte d’Avanguardia (Milão, Itália, 74), Valbruna Prize-Escultura (Gabicce-Mare-Itália, 71) e, entre outras, as Taças de Prata (Comuna di Como-Itália 1972 e 82), a Medalha de Ouro (Giro delle Arte di Lombardia-Itália 75) e em Dezembro de 2009, a convite da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença, figura a lista de Artistas convidados, tendo sido agraciado com o Prémio Carreira “Lorenzo Il Magnífico”.

É sócio da SNBA - Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa), Vice-Presidente do Conselho-Geral da ANAP - Associação Nacional dos Artistas Portugueses (Porto) e foi eleito membro do Comité Português para a AIAP - Association Internationale des Arts Plastiques|Unesco (Paris). Entre outras distinções académicas, é Membro Efectivo da Academia de Arte e Ciência “500 di Roma”, Académico Honorário - Secretaria Académica de Roma - Itália (1980), Membro da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda, 63) e da Academia Internacional de Basileia (Burckhardt, Suíça 1980).

O Mestre é detentor da Medalha de Mérito Cultural da Cidade de Coimbra e foi galardoado com a Medalha de Mérito Cultural do Estado Português, concedida pelo Ministério da Cultura, em 2007. Em 2009 foi contemplado com o “Premio alla Carriera” – El Premio Internazionale Lorenzo El Magnifico na Biennale Internazionale Dell’Arte Contemporanea da Città Di Firenze, em Itália. Licínia Girão